Cabral volta atrás na briga com Anac e acata conselho de secretário

Fichtner disse ao governador que não havia base legal. Preocupação é com perda de escala das rotas internacionais.
Aluizio Freire Do G1, no Rio

O embate do governo do estado do Rio de Janeiro com a Infraero, exigindo um novo licenciamento ambiental para que novas aeronaves de grande porte operem no Santos Dumont, parece que está chegando perto de um entendimento.

O governador Sérgio Cabral preferiu ouvir o conselho de seu secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, de que não havia base legal para impedir que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) agisse e que isso poderia provocar um grande desgaste político, conforme publicado nesta segunda-feira (23) na coluna de Ancelmo Gois .

Na tarde desta segunda-feira, a assessoria do governador Sérgio Cabral, que está nos Estados Unidos defendendo a campanha do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, divulgou nota informando que vários secretários se reuniram com o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão, para uma avaliação das consequências dos novos voos no Aeroporto Santos Dumont.
“Cabral acatou as ponderações do secretário Regis Fichtner de que há de se respeitar as funções da Anac. O governo do Estado do Rio de Janeiro reitera o temor de que a cada novo voo via Santos Dumont para capitais brasileiras, menos voos partirão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, tendo como nefasta consequência a perda de voos internacionais diretos, conquistados com muito trabalho nos dois últimos anos”, diz a nota.

Embate começou no início do mês
A confusão entre o governo do Rio de Janeiro e a Infraero começou no início do mês de março com a autorização para voos de aeronaves de grande porte no Santos Dumont, concedida pela Anac e por uma liminar da Justiça favorecendo a companhia aérea Azul.
A polêmica esquentou na sexta-feira (20), com o pouso do primeiro voo Campinas-Rio da Azul no aeroporto Santos Dumont. A Secretaria estadual do Ambiente notificou a estatal, ameaçando com multa de até R$ 1 milhão e até a interdição do aeroporto caso haja descumprimento da medida.

Infraero apresenta resultados
A preocupação de Cabral é que a participação do Rio de Janeiro como escala de rotas internacionais sofra uma grande queda.
A Infraero, por sua vez, apresenta o resultado dos últimos dois meses com aumento no número de passageiros.
De acordo com a avaliação da estatal, o Galeão apresentou, em janeiro de 2009, um “crescimento e conseguiu superar o seu próprio recorde de embarques e desembarques realizados”.
Eles informam ainda que um total de 1.158.482 passageiros utilizou o aeroporto no primeiro mês do ano. De acordo com a Infraero, em comparação com o mesmo período de 2008, o aeroporto obteve um crescimento de 9% em sua movimentação total, com destaque para o número de passageiros internacionais, que atingiu um pico de 259.261 - 17% a mais do que o movimento obtido em janeiro do ano passado.
Segundo o levantamento, o número de embarques e desembarques de passageiros domésticos também apresentou aumento, chegando a 7%. No mês de fevereiro, de acordo com os dados, o Galeão também registrou um aumento no número de passageiros embarcados e desembarcados. O destaque seria o movimento de passageiros internacionais, que somaram 221.080 embarques e desembarques, contra 187.311 realizados em fevereiro de 2008, registrando um aumento de 18%.
Fonte: G1

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